Um levantamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) aponta que 12 estados brasileiros apresentam potencial para a presença de terras raras no solo.

🔎Um grupo de 17 elementos químicos, geralmente misturados a outros minérios e de difícil extração são chamados de terras raras. Apesar do nome, não são necessariamente raros — mas difíceis de isolar em alta pureza, o que torna o processo caro e complexo.

Isso significa que são áreas em que há estudos para detectar se, de fato, há presença desses minerais ou regiões em que já foram confirmados depósitos desses elementos químicos, como é o caso de Goiás e Minas Gerais.

Os seguintes estados têm o potencial, segundo o SGB:

  • Goiás
  • Tocantins
  • Minas Gerais
  • ⁠Bahia
  • Paraná
  • São Paulo
  • Santa Catarina
  • ⁠Pará
  • Rondônia
  • Roraima
  • Amazonas
  • Piauí

 

De acordo com o SGB, a maior parte das reservas de elementos terras raras está associada a rochas alcalino-carbonáticas em Araxá (MG), Tapira (MG), Catalão (GO), e depósitos de argila iônica associadas a alcalinas em Poços de Caldas (MG), além de Seis Lagos (AM).

Segundo o órgão, há também projetos de pesquisa avançados no sul da Bahia, que inclui rochas monazíticas e argila iônica, e projetos em argila iônica do Grupo Mata da Corda (MG).

Se confirmada por estudos mais aprofundados, a descoberta pode levar o Brasil a uma posição de maior destaque no cenário global de minerais estratégicos — especialmente no mercado de terras raras e urânio, dominado hoje por poucos países.

Isso abriria caminho para o fortalecimento da cadeia produtiva nacional em setores como energia limpa, tecnologia de ponta e defesa, além de atrair investimentos e reduzir a dependência externa.

O que são terras raras?

 

As chamadas terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados na natureza, geralmente misturados a outros minérios e de difícil extração.

Esses minérios são indispensáveis para a produção, por exemplo, de:

  • Turbinas eólicas;
  • Motores de carros elétricos;
  • Chips de computadores e celulares;
  • Equipamentos médicos de ponta;
  • Satélites, foguetes e mísseis;
  • Dispositivos eletrônicos de última geração.

 

Por isso, estão no centro da economia do século 21 — e também de disputas geopolíticas cada vez mais acirradas.

Brasil tem o subsolo, mas ainda não tem a indústria

 

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o Brasil possui cerca de 21 milhões de toneladas de terras raras — o que o coloca como o segundo maior detentor global, atrás apenas da China, que além de ter reservas, domina a tecnologia de beneficiamento e refino.

“A China tomou uma decisão estratégica há décadas: dominar toda a cadeia produtiva das terras raras. É isso que falta ao Brasil”, diz Fernando Landgraf, professor da Escola Politécnica da USP, em entrevista ao g1.

Hoje, o Brasil exporta principalmente matéria-prima bruta. Sem tecnologia de refino instalada em escala industrial, o país perde valor ao longo da cadeia e se mantém como fornecedor periférico, mesmo diante da crescente demanda global.

*Fonte – G1