Na teoria, uma escola dos sonhos pode ser aquela em que famílias, pedagogos e professores sentam à mesma mesa para discutir qual a melhor forma de atender aquela comunidade, inclusive oferecendo cursos práticos, profissionalizantes, o que significa adequar o conhecimento que será transmitido aos adolescentes à realidade de onde eles vivem. É um conceito que já existe, inclusive, no Brasil.

Apesar de ter surgido no interior da França nos anos 1930, as Casas Familiares Rurais atravessaram o Atlântico no pós-guerra e foram criadas, primeiro, no Espírito Santo. No interior do Amapá, por exemplo, elas surgiram nos anos 1980, após articulação provocada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais e pela Igreja Católica. É uma experiência única que, aos trancos e barrancos por causa das dificuldades financeiras, continua até hoje.

“As escolas da família, onde elas existem, são a única opção para os alunos do Ensino Médio e Fundamental II”, afirma Kelly Gomes, professora da Universidade Estadual do Amapá e atuante nos convênios de cooperação assinados entre as escolas e a instituição de ensino superior local. “Nessas instituições, além do ensino formal, também existe a educação voltada para o enfoque escolhido pela comunidade, que pode ser o agrícola, o agroextrativista, o agroecológico e assim por diante”, explica Kelly.

Fonte Internet