A decisão foi tomada após a apresentação e o debate de iniciativas construídas em encontros anteriores e alinhadas ao Plano de Bioeconomia do Amazonas

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) definiu, nesta segunda-feira (15/12), a elaboração de uma Nota Técnica para organizar, dar visibilidade e fortalecer as políticas públicas de educação escolar indígena no Amazonas, durante a 16ª reunião do Fórum de Gestores de Instituições de Ensino, realizada no auditório da Secretaria.

A sugestão foi aprovada após a apresentação e o debate de iniciativas construídas em encontros anteriores e alinhadas ao Plano de Bioeconomia do Amazonas, com foco na superação dos principais obstáculos enfrentados pela educação indígena no estado. Entre os temas discutidos estiveram a adequação do Novo Ensino Médio à realidade dos povos originários e a criação de escolas especializadas para comunidades tradicionais.

O secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Sedecti, Jeibi Medeiros, destacou que a Nota Técnica será um instrumento estratégico para reunir ações já em andamento e ampliar o impacto das políticas educacionais.

“A partir dessa troca de ideias, decidimos elaborar uma Nota Técnica para consolidar iniciativas que ainda não têm a visibilidade necessária. Com isso, pretendemos fortalecer e potencializar as ações em curso, garantindo avanços concretos para o futuro da educação no Amazonas”, afirmou.

Durante a reunião, o diretor do Departamento de Políticas Educacionais para a Diversidade (DPDI), da Secretaria de Educação, Mailson Rafael Ferreira, ressaltou que o fortalecimento da educação escolar indígena exige políticas públicas construídas a partir do reconhecimento das especificidades culturais, linguísticas e territoriais de cada povo.

“Acreditamos que essa colaboração entre as instituições e organizações será essencial para atender de forma mais eficaz às necessidades desse setor e melhorar as condições de ensino para os povos indígenas em nosso Estado”, destacou.

A presidente do Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena (Foreeia), Alva Rosa Tukano, pontuou a necessidade de transformar as propostas discutidas em ações concretas, com foco nos resultados a partir de 2025. Para ela, o avanço da educação escolar indígena depende do comprometimento conjunto do Estado e das instituições participantes.

“A educação escolar e superior não é uma tarefa solitária, mas uma responsabilidade compartilhada entre todas as instituições, e estamos à disposição para colaborar e contribuir com o que discutimos durante o Fórum”, enfatizou.

Encaminhamentos

Além da elaboração da Nota Técnica, o Fórum apontou como encaminhamentos a discussão sobre concursos públicos direcionados à população indígena, a implementação do Novo Ensino Médio no sistema educacional indígena e a continuidade das reuniões para consolidação das propostas.

Participaram da 16ª reunião representantes da Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed), do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena (Ceei), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).