Quem ainda enxerga o café apenas como uma bebida escura, quente e amarga está prestes a descobrir um universo sensorial muito mais complexo.

O corpo corresponde à sensação tátil do café na boca, seu peso e textura. Grãos submetidos a diferentes métodos de processamento, variedades botânicas específicas e perfis de torra distintos produzem corpos variáveis que podem ir de leve e fluido (similar ao de um chá) até denso, cremoso e aveludado.

É o corpo que determina se a bebida tem presença mais expansiva na língua ou se se dissipa rapidamente. Na análise sensorial, ele contribui para perceber a “estrutura” da xícara.

Acidez, o brilho e a vivacidade sensorial

A acidez, no contexto do café, não tem relação com desconforto gástrico, mas com vivacidade e brilho gustativo. É responsável por conferir definição e dinamismo aos sabores.

Ela pode remeter ao frescor de frutas como maçã verde, frutas cítricas, frutos vermelhos ou frutas tropicais, dependendo da origem, altitude de cultivo, maturação durante a colheita e perfil de torra. Cafés com baixa acidez tendem à monotonia; com acidez equilibrada e organizada, revelam maior complexidade sensorial e elegância.

Doçura, o equilíbrio natural

A doçura é um dos atributos mais valorizados em cafés especiais. Não se trata de açúcar adicionado, mas da sensação natural de doçura que surge a partir de frutos colhidos maduros e torrados com precisão.

Quando bem expressa, remete a notas de mel, caramelo, chocolate, rapadura, frutas secas ou açúcar mascavo, dependendo do terroir e do processo. A nova geração de torrefações busca realçar essa doçura sem mascarar o restante dos atributos.

Harmonia, a integração sensorial da xícara

Um café realmente excepcional não depende de um único atributo isolado. O que define sua qualidade superior é a harmonia entre corpo, acidez e doçura — nenhum predominando de forma agressiva, todos contribuindo para uma xícara equilibrada, complexa e memorável.

 

Fonte Assessoria de Imprensa