O secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou as críticas feitas pelo alto comissário de direito humanos da ONU, Volker Turk, aos ataques militares dos Estados unidos no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico. Turk disse que a ofensiva viola as leis internacionais de direitos humanos.

O porta-voz acrescentou que, embora o crime organizado e o tráfico de droga representem sérias ameaças aos Estados-membros da ONU, combatê-los “requer cooperação internacional e políticas públicas inovadoras para abordar as causas profundas”.

Questionado sobre se Guterres acredita que os ataques dos EUA violam a Carta da ONU, o porta-voz disse: “Qualquer ação dos Estados-membros precisa de respeitar plenamente a Carta”.

Nos últimos meses, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou ataques a pelo menos 15 barcos suspeitos de traficar drogas no Caribe e no Pacífico, matando pelo menos 61 pessoas.

Os ataques fazem parte da campanha de Trump contra o que a suposta ameaça “narcoterrorista” vinda da Venezuela e chefiada por Nicolás Maduro. Washington rejeita a vitória de Maduro nas eleições de 2024 e diz que houve “evidências contundentes” de que o candidato da oposição, Edmundo González, foi o verdadeiro vencedor.

Os Estados Unidos justificaram as suas ações como consistentes com o Artigo 51 da Carta fundadora das Nações Unidas, que exige que o Conselho de Segurança seja imediatamente informado de qualquer ação que os Estados tomem em legítima defesa contra ataques armados.

Os EUA têm aumentado sua presença militar no Caribe, incluindo destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados, enquanto Trump intensifica o impasse com o governo venezuelano.