A atuação preventiva do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) resultou na redução significativa de ocorrências envolvendo o uso de cerol e “linha chilena” em pipas no município de Uarini. O caso foi apurado na Notícia de Fato nº 284.2025.000047, instaurada após registros da Amazonas Energia sobre constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica.

 

Em 8 de agosto, a promotoria de Justiça local reuniu representantes da prefeitura, Câmara Municipal, Polícia Militar, Guarda Civil, Conselho Tutelar, Departamento de Trânsito, Setor de Obras e Postura e Amazonas Energia para debater o tema. Os bairros Barro Verde, Bairro Novo e Centro foram identificados como os de maior incidência, com relatos de acidentes envolvendo pedestres, riscos à rede elétrica e ao tráfego.

 

A partir desse diagnóstico, foram realizadas fiscalizações educativas conjuntas para orientar crianças, adolescentes e responsáveis sobre os riscos da prática. A administração municipal também lançou a campanha “Pipa não é brinquedo, não é arma, não use cerol”, veiculada em redes sociais e meios locais.

 

Relatórios da Amazonas Energia confirmaram que, ainda em agosto, houve queda expressiva nas interrupções de energia provocadas por pipas.

 

Com a melhora, a promotoria arquivou o procedimento, mas recomendou à Câmara a criação de uma lei municipal para regulamentar a prática, estabelecendo locais específicos para a atividade e proibindo o uso e o comércio de cerol (mistura de cola e vidro moído), da chamada “linha chilena”, coberta com óxido de alumínio e silício, e de qualquer material cortante usado para empinar papagaios ou similares. À Prefeitura de Uarini, foi sugerida a criação de um “pipódromo”.

 

Segundo o promotor Christian Anderson Ferreira da Gama, a atuação extrajudicial permitiu alinhar estratégias rápidas entre os órgãos. Ele destacou que, além de afetar o fornecimento de energia, o uso de cerol coloca em risco a vida de pedestres e motociclistas. “A Lei Estadual nº 5.082/2020 reconhece a soltura de pipas como esporte, mas deve ser praticada longe da rede elétrica e sem o uso de cerol”, reforçou.

 

A Amazonas Energia continuará monitorando a situação e comunicará a promotoria em caso de novas ocorrências.

 

*Fonte- MAPAM