Condições climáticas extremas deixaram ao menos 60 mortos no norte da China na última semana, com 31 vítimas em uma casa de repouso para idosos no distrito montanhoso de Miyun, em Pequim. Essa foi uma das enchentes mais mortais que atingiram a capital chinesa em anos.
Em Pequim, 44 pessoas morreram e nove estavam desaparecidas até o meio-dia desta quinta-feira (31), informou o vice-prefeito Xia Linmao, em uma coletiva de imprensa.
Fortes chuvas começaram há uma semana e atingiram o pico na capital e províncias vizinhas na segunda-feira (28), com Miyun, no nordeste da capital, registrando chuvas de até 573,5 mm — níveis que a mídia local descreveu como “extremamente destrutivos”. A precipitação média anual em Pequim é de cerca de 600 mm.
Na província vizinha de Hebei, 16 pessoas morreram em consequência das chuvas intensas, informaram as autoridades.
Pelo menos outras oito mortes foram registradas na cidade de Chengde, nos arredores de Pequim, e 18 pessoas estão desaparecidas.
As mortes em Chengde ocorreram em vilarejos que fazem fronteira com Miyun, em Pequim, a cerca de 25 km do reservatório de Miyun, o maior do norte da China, que atingiu níveis e capacidade de água recordes durante as chuvas que devastaram cidades próximas.
Quando atingiu o pico no domingo (27), até 6.550 metros cúbicos de água – o equivalente a cerca de 2,5 piscinas olímpicas – inundaram o reservatório a cada segundo.
Em outro vilarejo de Hebei, ao norte do reservatório, um deslizamento de terra matou oito pessoas na segunda-feira (28), com quatro desaparecidas.
Chuvas extremas e inundações severas, que meteorologistas associam às mudanças climáticas, representam grandes desafios para os formuladores de políticas chineses, com autoridades atribuindo, em parte, a desaceleração da atividade industrial a tais eventos.