Eventos marcaram a data, reconhecendo a contribuição histórica do hospital para o SUS e para a formação de profissionais na região Norte
Manaus (AM) – O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-Ufam), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), celebra 60 anos de fundação nesta sexta-feira, 27 de junho. Ao longo de sua trajetória, a instituição se consolidou como referência em assistência à saúde, ensino e pesquisa na Amazônia Ocidental, desempenhando um papel fundamental na formação de profissionais e no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na região.]
Em alusão à data, foi realizada uma sessão especial na Assembleia Legislativa do Amazonas, no dia 06/06, para celebrar a trajetória de contribuição do HUGV-Ufam para a região Norte do país e para o SUS. Já no dia 25, foi promovida uma comemoração interna, voltada para a valorização dos profissionais que se dedicaram e dos que atuam atualmente na instituição, com uma programação cultural.
De acordo com o superintendente do HUGV, Juscimar Carneiro Nunes, a instituição é referência na atenção à saúde nos níveis secundário e terciário, além dos procedimentos de alta complexidade. “O HUGV é o maior formador de recursos humanos em saúde da Amazônia Ocidental em algo que é tão estratégico hoje para o Brasil que é a formação de especialistas”, destaca.
O gestor ainda reforça que o hospital conta com um centro de saúde digital que leva saúde de alta qualidade para os locais mais distantes da Amazônia, por meio de projetos custeados pela Ebserh e pelo Ministério da Saúde. “Esse é um momento de muita comemoração porque ajudamos a mudar a face da saúde no estado do Amazonas. Nosso hospital tem um cunho social muito grande e queremos cada vez mais ajudar na resolução dos problemas”, frisa.
Sobre o HUGV
Criado em 27 de junho de 1965, por iniciativa do Governo Estadual do Amazonas, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) servia à população amazonense e territórios limítrofes. Suas atividades eram fundamentais na assistência médica em clínica médica e cirurgia geral.
Em 1981, o hospital foi cedido à Universidade do Amazonas com o objetivo de ser transformado em um Distrito Docente Assistencial do SUS e administrado em regime de cogestão pelo prazo de 10 anos. Em 1983, o então governador do estado, Paulo Pinto Nery doou à Fundação Universidade do Amazonas o imóvel e seu patrimônio. A instituição passou a servir como campo de estágio aos cursos da área da saúde.
Em dezembro de 2012, teve início a construção de um novo Hospital, com a incorporação das clínicas básicas: ampliação das Clínicas Cirúrgica e Médica, Clínicas Ginecológica e Obstétrica e implementação da Pediátrica. No dia 6 de novembro de 2013, a Ebserh assumiu a gestão do Hospital Universitário Getúlio Vargas.
O HUGV dispõe atualmente de 110 leitos ativos, sendo 32 leitos clínicos, 67 cirúrgicos, 10 leitos de UTI e sete salas cirúrgicas ativas. Somente no ano de 2024 foram realizadas na instituição 93.885 consultas, 9.056 cirurgias de média complexidade e 915 procedimentos de alta complexidade.
O Hospital conta ainda com 27 programas de residência médica e 7 programas de residência uniprofissional e multiprofissional em saúde, que formam cerca de 80 residentes por ano. Desde a primeira turma de residência médica, concluída em 1980, o HUGV formou 1.570 residentes médicos, consolidando-se como o maior centro de formação de especialistas em saúde da Amazônia Ocidental.
Somente nos dois últimos anos foram cadastrados 202 projetos de pesquisa, culminando  com a inauguração, neste ano, do Centro de Pesquisa Clínica e Inovação Tecnológica da Amazônia, preparado para receber estudos multicêntricos nacionais e internacionais, inclusive em fase avançada de testes clínicos.
Tecnologia e Inclusão
O hospital também tem avançado em pautas sociais e de inclusão, como no atendimento à população LGBTQIAPN+, indígenas e ribeirinhos, sempre alinhado aos princípios da humanização e da equidade. Na décima edição de sua já tradicional “Jornada de saúde da Amazônia Ocidental”, realizada em 2023, com o tema “Pesquisa, ensino, saúde e meio ambiente: um olhar voltado para a população Amazônica”, promoveu a integração entre os profissionais, estudantes e pesquisadores da área da saúde, bem como discutiu os desafios e as perspectivas para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar da população amazônica.
Em 2024, realizou a I Jornada multiprofissional de cirurgias de modificações corporais em pessoas trans e intersexo no Amazonas, com a realização de 24 cirurgias inéditas no estado. O evento contou com a participação de médicos de seis outros hospitais, cinco deles da rede Ebserh, que proporcionaram, além de suas expertises cirúrgicas, um ciclo de palestras para formação de profissionais, alunos, membros de órgãos governamentais e representantes da sociedade civil organizada, para fomentar a discussão sobre os direitos e o atendimento em saúde da população LGBTQIAPN+ no estado.
Outro foco importante é a telessaúde. Inaugurado em 2024, o Núcleo de Saúde Digital e Telessaúde, juntamente com o projeto de extensão “Telessaúde Indígena”, proporcionam acesso a atendimento especializado para todo o estado do Amazonas, em especial aos sete Distritos de Saúde Indígena (DSEIs) existentes no estado.
Ao longo dos anos o HUGV-Ufam ampliou sua estrutura, modernizou seus serviços e fortaleceu sua atuação como hospital de ensino, com a prestação de um atendimento especializado e humanizado, por profissionais dedicados e compromissados que fazem a diferença no dia a dia da população amazonense.