Os conservadores alemães, sob o comando de Friedrich Merz, prometeram na segunda-feira (24) formar rapidamente um governo após vencerem as eleições nacionais, mas enfrentam negociações de coalizão complicadas e a perspectiva de um Parlamento obstrutivo depois de bons desempenhos de partidos de ultradireita e de ultraesquerda.
O tempo está acabando para a maior economia da Europa, que está em dificuldades, com os alemães divididos em relação à imigração, sua segurança presa entre Estados Unidos em uma fase de confronto e Rússia e China assertivas, e as empresas exigindo ajuda para permanecerem competitivas globalmente.
O resultado mais provável da eleição é uma coalizão entre o bloco conservador de Merz e os social-democratas (SPD) de Olaf Scholz
, que ficaram em terceiro lugar, depois que a Alternativa para a Alemanha (AfD), de ultradireita, alcançou um segundo lugar histórico.
O AfD e o partido de ultraesquerda, Die Linke (A Esquerda, em português) garantiram, juntos, um terço dos assentos no novo Parlamento, o suficiente para bloquear as mudanças constitucionais necessárias para afrouxar os limites de empréstimos estatais, mudanças que, segundo alguns economistas, são essenciais para retomar o crescimento econômico.
Espera-se que o provável chanceler Merz busque uma aliança com o SPD após uma campanha contundente que evidenciou profundas divisões políticas, principalmente em relação à imigração. O SPD, que se ressente de seu pior resultado no pós-guerra, pode estabelecer um preço alto para qualquer acordo.
Do nosso ponto de vista, (as conversações) podem começar muito, muito rapidamente”, disse Jens Spahn, membro sênior da União Democrata Cristã (CDU), de Merz, de centro-direita.
“As primeiras conversas certamente devem ser realizadas nesta semana, nos próximos dias. Estamos vendo a situação no mundo, na Ucrânia, na Rússia, nos Estados Unidos”, afirmou ele. “A liderança alemã é necessária.”
Merz, que não tem experiência anterior no cargo, disse que pretende ter um governo em vigor até a Páscoa.
Fonte CNN