Afinal, osolstício de inverno marca o dia mais curto do ano e o início oficial do inverno no Hemisfério Norte e ocorre neste sábado (21). Nesta data, o sol atinge a sua posição mais ao sul, diretamente sobre o Trópico de Capricórnio — pelo menos para a maioria da população mundial.
No Hemisfério Sul, onde vive cerca de 10% da população mundial, a situação é oposta. O solstício de dezembro marca o dia mais longo do ano e o início do verão, em países como Austrália, Botsuana e Chile.
Não é surpresa que muitas culturas e religiões celebrem uma festividade — como o Natal, Hanukkah, Kwanzaa ou festas pagãs — que coincide com o retorno dos dias mais longos.
Os povos antigos, cuja sobrevivência dependia de um conhecimento preciso dos ciclos sazonais, celebravam esse primeiro dia do inverno com cerimônias e festividades elaboradas. Espiritualmente, essas celebrações simbolizam uma oportunidade de renovação.
“O Natal herdou muitos de seus costumes e provavelmente até a data do calendário das festividades romanas de Saturnália e Kalendas”, explicou Maria Kennedy, professora assistente da Universidade Rutgers, em entrevista ao CNN Travel.
A Saturnália, que começava em 17 de dezembro, e as Kalendas, que começavam em 1º de janeiro, continuaram a ser celebradas mesmo após a condenação dessas práticas pela Igreja Cristã.
O Natal cristão acabou se alinhando com essa época, embora não haja uma data específica para o nascimento de Jesus nos evangelhos.
Aqui estão alguns exemplos de festividades antigas:
Alban Arthan
Em galês, “Alban Arthan” significa “Luz do Inverno” e é possivelmente o festival sazonal mais antigo da humanidade. Parte das tradições druídicas, o solstício de inverno é visto como um momento de morte e renascimento.
Saturnália
Na Roma Antiga, a Saturnália durava sete dias e celebrava Saturno, o deus romano da agricultura. Durante esse período, as pessoas desfrutavam de festas e até a guerra era temporariamente suspensa. Escravos recebiam algumas liberdades e as restrições morais eram flexibilizadas.
Dongzhi
O festival Dongzhi, originário da cultura chinesa antiga, marca o ponto culminante do inverno. Eles acreditavam que esse era o auge do yin (segundo a teoria da medicina chinesa), que representa a escuridão, o frio e a quietude. A festividade celebra o retorno do yang, a ascensão gradual da luz e do calor. Nas culturas do Leste Asiático, é comum comer bolinhos de massa para comemorar.