A guerra na Ucrânia vem mobilizando grandes debates entre lideranças internacionais nas principais cúpulas ao redor do mundo desde o início do conflito. Na próxima semana, o apoio ou não aos ucranianos deve opor os países da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) aos da União Europeia (UE) durante encontro em Bruxelas, na Bélgica.

Assim como os Estados Unidos, os países da UE vêm demonstrando forte apoio à Ucrânia, enviando armamentos e recursos, e também impõem sanções econômicas à Rússia. Simultaneamente, o bloco e os norte-americanos vêm cobrando que outros países do mundo se alinhem a eles e à Kiev em oposição Kremlin.

Do outro, no entanto, os países da América Latina, de forma geral, têm se negado a declarar apoio abertamente, principalmente com envio de recursos e armas, ao país invadido no Leste Europeu.

Segundo o cientista político e gerente do Programa de Democracia e Tecnologia da Universidade de Oxford, Egerton Neto, isso ocorre porque o alinhamento à Ucrânia é visto como pouco estratégico para os países da América Latina.

A divergência entre os dois blocos não é de agora. Desde o início da guerra na Ucrânia, tanto a União Europeia quanto os Estados Unidos têm a postura de pressionar o resto dos países do mundo a construir um grande bloco que fosse unânime contra a Rússia, o que acabou não ocorrendo. Muitos países optaram por não se alinhar porque há pouco ganho para eles em tomar uma posição, em bloquear economicamente a Rússia, por exemplo”, comenta Egerton.

“Na última década, nos últimos anos, a América Latina tem diversificado suas parcerias. Os Estados Unidos já não são o maior parceiro comercial. Para a maioria dos países [da região], o maior parceiro comercial, hoje em dia, é a China — o que traz como consequência uma parceria com menos restrições e exigências, do ponto de vista político e democrático. Tudo isso acaba dando à América Latina mais flexibilidade na hora de escolher suas estratégias”, completa.

Após a guerra e a grande quantidade de sanções aplicadas, a Europa ocidental percebeu que ainda é muito dependente da Rússia em commodities agrícolas e, principalmente, gás. Por isso, vem tentando recuperar sua influência em determinados territórios e fortalecer suas relações com outros países do mundo, dentre eles aqueles que compõem a Celac.

A divergência entre os dois blocos não é de agora. Desde o início da guerra na Ucrânia, tanto a União Europeia quanto os Estados Unidos têm a postura de pressionar o resto dos países do mundo a construir um grande bloco que fosse unânime contra a Rússia, o que acabou não ocorrendo. Muitos países optaram por não se alinhar porque há pouco ganho para eles em tomar uma posição, em bloquear economicamente a Rússia, por exemplo”, comenta Egerton.

“Na última década, nos últimos anos, a América Latina tem diversificado suas parcerias. Os Estados Unidos já não são o maior parceiro comercial. Para a maioria dos países [da região], o maior parceiro comercial, hoje em dia, é a China — o que traz como consequência uma parceria com menos restrições e exigências, do ponto de vista político e democrático. Tudo isso acaba dando à América Latina mais flexibilidade na hora de escolher suas estratégias”, completa.

Após a guerra e a grande quantidade de sanções aplicadas, a Europa ocidental percebeu que ainda é muito dependente da Rússia em commodities agrícolas e, principalmente, gás. Por isso, vem tentando recuperar sua influência em determinados territórios e fortalecer suas relações com outros países do mundo, dentre eles aqueles que compõem a Celac.

 

Fonte CNN