O acompanhamento do cenário epidemiológico da pandemia de Covid-19 é essencial para a definição, por parte de gestores e de autoridades de saúde, de estratégias de controle e redução de danos pela doença.

Indicadores como os números de casos e de óbitos, dados de hospitalização e de atendimento por sintomas respiratórios e o percentual da população vacinada deveriam ajudam a compor o contexto da doença no país.

No entanto, desde o início da pandemia, em março de 2020, o Ministério da Saúde enfrenta dificuldades para manter a divulgação das estatísticas da pandemia de maneira linear e constante.

No dia 10 de dezembro, o Ministério da Saúde sofreu um ataque cibernético que comprometeu alguns sistemas, como o e-SUS Notifica, o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), o ConecteSUS e funcionalidades como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital, que ficaram temporariamente indisponíveis.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Federal (PF) foram acionados pelo ministério para apoio nas investigações. A PF abriu inquérito e informou que os dados do site não foram criptografados após o ataque, mas confirmou o comprometimento dos sistemas.

Dois dias depois, o ministério informou que o processo para recuperação dos registros de vacinados havia sido finalizado, sem perda de informações.

No dia 23 de dezembro, a pasta informou em publicação no Twitter que o aplicativo ConecteSUS foi restabelecido. A plataforma permaneceu fora do ar desde por 13 dias.

O ataque cibernético também prejudicou a atualização do boletim diário com a situação epidemiológica da doença. Nas últimas semanas, vários estados enfrentaram dificuldades para atualizar os dados referentes aos casos e mortes, devido à instabilidade dos sistemas, incluindo o e-SUS Notifica.

A dificuldade de atualização das informações refletiu na queda dos índices do balanço diário da pandemia divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Ministério da Saúde.

Logo nos primeiros dias após o ataque cibernético, por exemplo, o número de óbitos pela doença ficou bem abaixo do padrão que vinha sendo registrado (em torno de 150 mortes por dia). No dia 11 de dezembro, foram computadas 53 mortes e, no dia seguinte, 86. O mesmo aconteceu com o número de casos: da média de 7 mil infecções diárias, o número diário caiu para 3.355, no dia 11 de dezembro, e para 1.688 no dia seguinte.

Os balanços diários da doença no país permaneceram com defasagens em relação a diferentes estados ao longo de dezembro e no início de 2022.

 

Fonte Internet