Há três anos, milhares de manifestantes vestidos com coletes amarelos começaram a se mobilizar por toda a França para protestar contra um aumento nos impostos sobre os combustíveis. Desde a primeira mobilização, no sábado do dia 17 de novembro de 2018, em rotatórias de estradas e em protestos espontâneos nas cidades, o movimento ganhou força a cada semana, até ser freado com a chegada da pandemia.

Há três anos, no começo do inverno, Rémi, colete amarelo e funcionário de um hospital, deu o seu testemunho à RFI: “Trabalhamos e trabalhamos. Mas no final do mês, não temos nada. Quando você recebe € 1.100, paga o seguro do carro, paga o aluguel, água, luz, gás. O que sobrou no final do mês? Nada. No dia 15, já estamos com fome. ”

O movimento dos “coletes amarelos” surpreendeu a França e fez o governo recuar na questão do imposto sobre os combustíveis e do preço da eletricidade. Emmanuelle Reungoat, pesquisadora em Ciências Políticas na Universidade de Montpellier, falou sobre as origens do movimento em entrevista à jornalista Laurence Théault, do serviço francês da RFI: “É um movimento que, no início, se centrou no poder aquisitivo, pois é uma questão importante para muitos coletes amarelos”, explica. “Porém, nossas pesquisas mostram que o movimento era muito mais que isso. Ou seja, existe também uma parte que não é afetada pela precariedade”.

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