O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou nesta segunda-feira (24) uma viagem ao Japão e ao Vietnã com os olhos voltados para ampliar a relação do Brasil com a Ásia, em meio um cenário geopolítico espinhoso e restrições comerciais, especialmente nos Estados Unidos.

Além de tentar abrir mercados específicos nos dois países, como o de carnes, entra na pauta da viagem a tentativa de avançar em acordos comerciais com o Mercosul, com a intenção de diversificar mercados.

“Já houve reuniões Mercosul-Japão. Agora temos que saber qual o próximo passo, que é ter uma negociação. A gente quer saber se vamos ficar nessa conversa ou vamos ter uma negociação de fato”, disse o embaixador Eduardo Sabóia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty.

Com o Vietnã já existe negociações de fato, mas ainda não há um cronograma para um acordo.

No segundo semestre, é possível que entre na pauta de viagens Malásia e Indochina, com uma participação — se o convite for confirmado — na Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

“Em um contexto de mundo que caminha para cenas de guerra comercial, você buscar parceiros alternativos aos mercados tradicionais nossos é fundamental. Então tem uma estratégia, essa é a agenda de 2025”, explicou a fonte.

Segundo ela, outro elemento importante é “que é preciso que os atores internacionais percebam que o Brasil sempre vai buscar ter opções nas suas relações. Então, na Ásia, nós não temos só a China, nós temos outros grandes parceiros”.

A própria relação com a China, maior parceiro comercial do Brasil, não é “cristalizada” e apesar da proximidade com o país e da boa relação entre o presidente Lula e o presidente chinês, Xi Jinping, o Brasil continuará buscando mais opções, analisou.