A segunda autópsia realizada no corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, confirmou que a causa da morte foi uma queda de grande altura durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. O laudo, feito por peritos legistas no Brasil com acompanhamento da Polícia Federal e de um técnico indicado pela família, apontou politraumatismo e hemorragia interna causados por impacto de alta energia cinética. A notícia foi divulgada pelo portal UOL.

Juliana, que era publicitária e praticava trekking em Lombok, foi encontrada morta no quarto dia de buscas, após cair em uma área de difícil acesso da encosta do vulcão. Segundo os especialistas, ela sobreviveu por no máximo 15 minutos após o impacto, mas teria passado por um período de sofrimento físico e psíquico intenso, descrito como “agonia” no relatório. O exame ainda indica possível estresse metabólico, endócrino e imunológico nos momentos finais.

A segunda necropsia foi solicitada pela família após dúvidas levantadas sobre a certidão de óbito emitida pelas autoridades indonésias, especialmente em relação ao momento da morte. A jovem permaneceu ferida e isolada por dias em um local remoto até ser localizada e, posteriormente, resgatada por equipes de socorro e voluntários.

De acordo com o primeiro laudo, realizado na Indonésia, Juliana sofreu um “trauma torácico grave” ao despencar pela segunda vez na montanha. Ela apresentava múltiplas fraturas nos membros, nas costas e na coluna, além de ferimentos na cabeça. Órgãos respiratórios também foram comprometidos. O legista indonésio Ida Bagus Putu Alit, responsável pelo exame inicial, afirmou à BBC News que Juliana morreu entre 14h do dia 24 e 2h do dia 25 de junho, no horário de Brasília: “De acordo com meus cálculos, a vítima morreu na quarta-feira, 25 de junho, entre 1h e 13h”, disse.

 hipótese de hipotermia chegou a ser cogitada, já que as temperaturas noturnas no local do acidente chegam a 0 ºC. No entanto, a perícia indonésia descartou o frio como causa da morte. Segundo o legista, não foram encontrados sinais clássicos, como necrose nas extremidades, que indicariam morte por hipotermia. Juliana usava apenas calça e blusa no momento do acidente e não estava com equipamentos apropriados para clima extremo.

O resgate do corpo envolveu uma operação complexa, que durou cerca de sete horas. Quatro socorristas acamparam a 600 metros de profundidade junto ao corpo, enquanto outros três ficaram em uma base a 400 metros para apoio. O transporte começou por volta das 13h50, no horário local, com o corpo sendo içado em uma maca até uma base do parque.

A morte de Juliana gerou comoção nacional e reacendeu o debate sobre os riscos de trilhas em regiões de alta complexidade, especialmente quando feitas sem guias ou equipamentos adequados. O Ministério do Turismo da Indonésia chegou a afirmar, horas antes da confirmação da morte, que a brasileira estava em “estado terminal”, o que aumentou a angústia da família e a mobilização pública.

“Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu”, disse a família em nota divulgada logo após o encerramento das buscas. O caso também motivou pedidos por mudanças nos protocolos de resgate em trilhas da Indonésia e por apoio consular mais efetivo a turistas brasileiros em situações extremas no exterior.

*Fonte – http://Portal Uol