Autoridades comentaram hipóteses como fenômenos meteorológicos ou atmosféricos e ataques cibernéticos

A energia foi quase totalmente restaurada na Espanha e em Portugal nesta terça-feira, 29, embora ainda permaneçam muitas dúvidas sobre o que causou um dos apagões mais graves da Europa. A falta de energia paralisou voos, interrompeu sistemas de metrô, prejudicou as comunicações móveis e tirou os caixas eletrônicos do ar em toda a Península Ibérica.

Às 7h da manhã desta terça-feira, mais de 99% da demanda de energia na Espanha já havia sido restaurada, segundo a operadora elétrica Red Eléctrica. A operadora portuguesa REN informou, na manhã de terça-feira, que todas as 89 subestações de energia voltaram a funcionar desde a noite anterior, e que o fornecimento havia sido restabelecido para os 6,4 milhões de clientes.

Pela manhã, a vida começava a voltar ao normal: escolas e escritórios reabriram na Espanha, o tráfego voltou a fluir nas principais vias da capital e o transporte público foi retomado, embora com atrasos consideráveis.

O que causou o apagão?

As autoridades não forneceram novas explicações sobre o que causou o blecaute, um dos mais sérios já ocorridos na Europa, mas comentaram hipóteses como fenômenos meteorológicos ou atmosféricos e ataques cibernéticos.

Em um pronunciamento televisionado na noite de segunda-feira, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez afirmou que a rede elétrica da nação sul-europeia de 49 milhões de habitantes perdeu 15 gigawatts — o equivalente a 60% da demanda nacional — em apenas cinco segundos.

“Nunca tivemos um colapso completo do sistema”, disse Sánchez. As autoridades ainda investigavam o ocorrido na terça-feira.

Falhas elétricas tão amplas têm poucos precedentes na Península Ibérica ou na Europa.

Na terça-feira, a agência meteorológica da Espanha, AEMET, afirmou que não havia detectado “fenômenos meteorológicos ou atmosféricos incomuns” na segunda-feira, e que nenhuma variação súbita de temperatura foi registrada nas estações meteorológicas.

O Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal descartou, na segunda-feira, as especulações sobre sabotagem, dizendo que não havia sinais de que o apagão tenha resultado de um ataque cibernético. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, também afirmou que “não havia indícios de qualquer ataque cibernético” até a tarde de segunda-feira.

Teresa Ribera, vice-presidente da Comissão Europeia, também descartou sabotagem. Mesmo assim, ela declarou que o apagão foi “um dos episódios mais graves registrados na Europa nos últimos tempos”.