O chanceler alemão Olaf Scholz procurou nesta terça-feira (28) garantir ao povo e às empresas que seu governo modernizará a economia e apoiará setores vitais, como as fábricas de chips, apesar de uma decisão judicial que abriu um buraco no orçamento federal.

Em discurso no parlamento, Scholz usou a história recente da Alemanha com a pandemia da Covid, a guerra na Ucrânia e a alta dos preços da energia para justificar uma suspensão dos limites de endividamento autoimpostos do país e poder enfrentar uma crise que abalou sua coalizão.

Há quase duas semanas, uma decisão do poder judiciário alemão bloqueou os planos do governo de realocar fundos não utilizados da pandemia para iniciativas verdes e apoio à indústria, aumentando os temores de que a economia da Alemanha poderia ser ainda mais enfraquecida.

A decisão também questionou a política fiscal tradicionalmente rígida da Alemanha e gerou alertas de que as empresas alemãs poderiam ficar sem apoio para mantê-las globalmente competitivas em relação aos subsídios oferecidos em outros lugares.

“Seria um erro grave e imperdoável negligenciar a modernização de nosso país em face de todos esses desafios agudos”, disse Scholz ao parlamento.

Os estados federais do país têm o maior interesse em garantir investimentos em áreas como semicondutores, produção de aço favorável ao clima e fábricas de baterias, disse ele, abordando as preocupações de setores específicos que temem ser prejudicados.

Scholz disse que o governo encerrará um esquema para limitar os preços da energia até o final deste ano, mas prometeu agir rapidamente se os preços subirem novamente.

No entanto, ele deixou em aberto a questão de se o governo tentaria suspender novamente os freios da dívida constitucionalmente estabelecidos na Alemanha para 2024, o que alguns em sua coalizão pediram, mas a oposição poderia contestar na Justiça.

Scholz disse que seu governo está trabalhando com o parlamento para elaborar um orçamento para 2024 “o mais rápido possível”, o que poderia incluir restrições de gastos.

Ele enfatizou o apoio à Ucrânia, depois que a recente turbulência orçamentária levantou questões sobre a quantidade de ajuda militar que Berlim estava disposta a conceder.

O governo de Scholz havia se comprometido a dobrar o apoio para 8 bilhões de euros (R$ 42,86 bilhões) no próximo ano.

“Também está claro que não devemos deixar de apoiar a Ucrânia e superar a crise energética. Isso não seria responsável e colocaria em risco nosso futuro”, disse ele.

 

Fonte CNN