A cúpula internacional do clima COP27, em Sharm el-Sheikh, no Egito, segue pelo segundo dia. Devem estar presentes mais de 30 mil delegados, de cerca de 200 países.

A reunião acontece no Centro Internacional de Convenções da cidade até o dia 18 de novembro. O objetivo é discutir detalhes sobre como desacelerar as mudanças climáticas e ajudar países que já sentem seus impactos.

Nesta segunda-feira (7), cerca de 120 líderes dos países discursam. Países com diferentes condições socioeconômicas buscam um ponto em comum nesta edição: o financiamento climático.

Na abertura das atividades no domingo (6), o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, destacou a importância da discussão sobre o tema ter sido oficializada na pauta da cúpula.

Além do financiamento climático, também será discutida a necessidade do financiamento de US$ 100 bilhões por parte desenvolvidos para países em desenvolvimento.

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas deve tocar em pontos de convergência entre Estados Unidos e China, economias que estão entre os maiores poluidores. No domingo, Guterres defendeu a implementação de sistemas universais de prevenção de danos ambientais no prazo de até cinco anos.

Em um vídeo reproduzido na COP27 ele afirmou que pessoas e comunidades em todos os lugares devem ser protegidas dos riscos imediatos e crescentes da emergência climática.

“Devemos responder ao sinal de socorro do planeta com ação – ação climática ambiciosa e confiável”, disse. A mensagem de Guterres foi divulgada no lançamento do novo relatório provisório da Agência Meteorológica Mundial da ONU sobre o estado do clima global.

A COP27 é a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que reúne representantes oficiais de governos e da sociedade civil.

Intervalo entre 2015 e 2022 pode ser o mais quente da história, diz relatório

O relatório provisório sobre o estado do clima global de 2022, da Organização Meteorológica Mundial (OMM), aponta que o período entre 2015 e 2022 caminha para ser o intervalo de oito anos mais quente já registrado na história, frente a concentrações cada vez maiores de gases de efeito estufa e calor acumulado.

O documento da entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado no domingo, indica que as concentrações dos principais gases de efeito estufa –dióxido de carbono, metano e óxido nitroso– mais uma vez atingiram níveis recordes em 2021, sendo que o aumento anual da concentração de metano foi o maior já registrado. Além disso, dados das primeiras estações indicam que continuam a aumentar em 2022.

As ondas de calor extremas, secas e inundações devastadoras afetaram milhões e custaram bilhões em 2022, indica o relatório.

Justiça climática

Na COP27, também serão discutidos os impactos das mudanças climáticas para países de baixa e média renda. Às vésperas do encontro, cientistas se uniram para publicar de maneira inédita e simultânea em mais de 250 periódicos científicos um editorial que convoca líderes mundiais a oferecer justiça climática para a África.

Embora tenha contribuído pouco para causar a crise climática, a África sofre de maneira desproporcional com os seus impactos, de acordo com 16 editores das principais revistas biomédicas no continente, que alertaram que os danos aos países africanos devem ser de suprema preocupação para todas as nações.

Pela primeira vez, uma quantidade expressiva de periódicos se une em torno de um mesmo alerta, refletindo a gravidade da emergência das mudanças climáticas para o mundo.

Saúde no centro das discussões

A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que a saúde deve estar no centro das discussões da COP27 e que a conferência deve ser concluída com progresso nos quatro principais objetivos de mitigação, adaptação, financiamento e colaboração para enfrentar a crise climática.

Segundo a OMS, a crise climática continua adoecendo pessoas, comprometendo vidas e gerando impactos para a economia dos países.

 

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