A resposta do governo francês esta semana a uma greve nas refinarias levou a uma convocação para uma greve geral na França, onde o presidente de centro-direita, Emmanuel Macron, enfrenta o risco de agitação social em um clima cada vez mais tenso. Muito além da crise energética, uma convergência de lutas reúne organizações da sociedade civil e sindicatos, combates que vão desde a reforma da aposentadoria e aumentos salariais.

Não é só na Esso e na TotalEnergies que há problemas salariais. É um problema geral”, advertiu o secretário-geral do sindicato CGT, Philippe Martinez, na rádio Franceinfo na sexta-feira (14), defendendo a convocação de uma greve interprofissional na terça-feira (18).

O contexto atual traz um cenário complexo: quando a França começou a virar a página dos efeitos da pandemia na economia e na saúde pública, a Rússia lançou uma ofensiva contra a Ucrânia que, juntamente com a resposta de Moscou às sanções ocidentais, fez disparar os preços da energia e dos alimentos para residências e empresas.

Endurecido pelo protesto social dos coletes amarelos, que abalou o primeiro mandato de Macron e cujo gatilho, em 2018, foi o aumento dos preços dos combustíveis, o governo rapidamente adotou medidas para limitar o aumento dos preços da energia.

Assim, a inflação na França era de 6,2% em setembro, mais de três pontos abaixo do que nas outras grandes economias da União Européia (UE): Alemanha (10,9%), Itália (9,5%) e Espanha (9,3%), de acordo com o escritório europeu de estatísticas Eurostat.

Fonte Internet