Tem sido espetacular a evolução das receitas auferidas pelos produtores rurais ao longo deste século. De R$ 383,6 bilhões no cálculo relativo ao fim do século passado (dezembro de 2000), o valor bruto da produção das lavouras e da pecuária do País passou para R$ 1.106 bilhões na estimativa mais recente, baseada nos resultados disponíveis em agosto deste ano.

Os valores do passado foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da FGV, tradicional termômetro da inflação brasileira que, por sua estrutura, capta com maior acuidade a variação dos preços no atacado. São, portanto, valores reais. Isso significa que o valor da produção do campo foi praticamente multiplicado por três em pouco mais de duas décadas. Em porcentagem, o aumento real foi de 188%.

Esses números foram calculados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e mostram crescimento de 9,7% sobre o valor obtido no ano passado, de R$ 1.008 bilhões. O valor da produção das lavouras alcançou R$ 749,9 bilhões, com crescimento real de 11,9% sobre o resultado de 2020; e o da pecuária, R$ 356,5 bilhões, com aumento de 5,4%.

No caso das lavouras, os produtos que mais fizeram crescer o valor da produção foram o arroz (aumento de 3,9%), cana-de-açúcar (4,3%), milho (6,8%), soja (28,5%) e trigo (38,6%). Na pecuária, destacaram-se a carne bovina (alta de 6,8% no valor da produção) e frango (12,5%).

Uma combinação de produção crescente e preços favoráveis no mercado internacional é apontada pelo coordenador de Avaliação de Políticas e Informação do Mapa, José Garcia Gasques, como responsável pela forte contribuição dos cinco produtos citados para o crescimento do valor da produção. Esses produtos respondem por 81% do valor bruto da produção das lavouras.

O comércio internacional tem sido uma variável decisiva para o bom resultado financeiro da produção do campo. E os preços têm ajudado muito. No caso das carnes de frango e bovina, trigo, soja, milho e algodão, lembra o coordenador do Mapa, os preços no mercado internacional são os mais altos dos últimos 17 anos. O café, de sua parte, está com o preço mais alto em nove anos. Mas outros produtos (entre os quais banana, batata-inglesa, feijão, laranja, tomate, suínos e ovos) ficaram mais baratos.

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