O Fórum de Estudos Econômicos e Sociais para o Desenvolvimento Sustentável – FOCOS recebeu na segunda-feira, 7, a advogada Gina Moraes, Coordenadora da Comissão da Zona Franca de Manaus (OAB-AM), para mais uma rodada de estudos e debates sobre questões de alta relevância para a economia regional. Abordando o tema “Aperfeiçoamento e a Consolidação do Modelo Zona Franca de Manaus”, foi contundente ao questionar o efetivo papel da ZFM para o crescimento econômico e social da Amazônia Ocidental e do estado do Amazonas, em particular; os efeitos concretos sobre a qualidade de vida da população diante do desolador quadro social predominante, que expõe tantas crianças perdidas e sem rumo pelas esquinas de Manaus e das demais capitais da região. Em suma, os objetivos que determinaram a criação da ZFM em 1967 estão realmente sendo cumpridos? Fundamentos cruciais que obrigatoriamente precisam ser debatidos sem paixões, em profundidade e coerência científica.
Sem muito esforço percebe-se que nosso futuro é incerto, porque, conforme salientado por Gina Moraes, passados 54 anos do modelo ZFM não se resolvem desafios subjacentes a uma agenda positiva e de alta prioridade de governos estaduais e Suframa, como inclusão social e interiorização do desenvolvimento. Os problemas assumem magnitude assustadora, ora escancarados pela enchente do Rio Negro. O monumental número de favelas alagadas na capital e no interior do Estado leva o Brasil a se perguntar, estarrecido: é essa a Manaus, capital da Zona Franca? O cenário é dramático, segundo Moraes, porque expõe um quadro de muitas incertezas. Como não existisse poder público, tal a pobreza da estrutura urbanística e social, agravada pela precariedade do sistema rodoviário, que nos mantém isolados do resto do Brasil, afirma.