O veto do presidente Jair Bolsonaro ao Orçamento de 2021 deixou praticamente zerada a verba para dar continuidade às obras da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, rebatizado pelo governo de Casa Verde e Amarela. Houve um corte de R$ 1,37 bilhão nas despesas que estavam reservadas ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que banca as obras do faixa 1 do programa habitacional, voltada às famílias de baixa renda.

 

 

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, cerca de 200 mil unidades habitacionais devem ter obras paralisadas a partir de maio, uma vez que sobraram apenas cerca de R$ 29 milhões para tocar o programa.

A tesourada chamou a atenção do próprio Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que executa a política, porque essas despesas estavam previstas na proposta orçamentária encaminhada pelo governo em agosto do ano passado. Na classificação técnica, eram gastos discricionários do próprio Poder Executivo, ou seja, não vinham de emendas parlamentares.

Valores que haviam sido injetados via emendas também foram vetados, mas originalmente o MDR não contava com esses recursos. Eles também eram menos significativos: R$ 5 milhões em emendas de comissão e R$ 135 milhões em emendas de relator.

Descrentes com o veto, fontes da pasta têm tratado a questão como ” algum erro”, dado que é inviável dar continuidade às obras com apenas R$ 29 milhões.

A inauguração de obras do Casa Verde e Amarela tem sido uma vitrine para Bolsonaro, que já fez inúmeras viagens para lançar novas unidades habitacionais ao lado do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

No embate do Orçamento, a pasta de Marinho foi uma das maiores beneficiadas pela decisão do Congresso de turbinar as emendas parlamentares à custa da maquiagem em despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários.

Esse fato ajudou a realimentar a desavença antiga que há entre Marinho e o ministro da EconomiaPaulo Guedes. O chefe da equipe econômica costuma se referir ao colega como “fura-teto” e já comparou Marinho a um “batedor de carteira”.

Maior beneficiado nas emendas, o MDR também acabou sendo o maior alvo dos cortes. Foram R$ 8,6 bilhões vetados e mais R$ 827,2 milhões bloqueados. O bloqueio é o único que pode ser revertido no futuro sem necessidade de novo aval do Congresso Nacional.

https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/bolsonaro-zera-verbas-para-mcmv-e-obras-de-200-mil-casas-v%c3%a3o-ser-paralisadas/ar-BB1fYZFh?ocid=mailsignout&li=AAggNbi